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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Indústria Cultural



O termo indústria cultural, termo criado pelos filósofos Adorno e Horkheimer, nos remete a uma reflexão crítica sobre a cultura produzida de modo padronizado para a diversão em massa. Neste caso, a  arte perde sua originalidade, sua aura, e é vista como produto, ou um bem de consumo. Consequentemente resulta na homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas. A indústria cultural é um instrumento de dominação capitalista.

sábado, 7 de setembro de 2013

Educação e Emancipação

Kant em resposta à pergunta: O que é ilustração?
Segundo o qual um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, minoridade é viver sem a independência que vem do uso da racionalidade. O que impede o homem de assumir a sua maioridade é a preguiça e a covardia. Preguiça de ler, de aprender, de pesquisar, de ouvir e de se cansar em busca de uma maneira melhor de viver. Covardia em não enfrentar os problemas, os erros, as decepções, conduzindo à preferência de se manter como uma espécie de criança imatura. Para tudo se necessita de outro dizendo o que se deve ser e fazer. Para quem perguntamos as coisas fundamentais da vida? Quem é o guia? Algum familiar, como o pai ou a mãe? O professor, o pastor, o padre, o político, o livro, o filme? A minoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, se tornar geradora de cidadania. O sinal de que isso está acontecendo é o uso público da razão. Isso significa assumir posições refletidas, o que é diferente do uso privado da razão, que é responder racionalmente a situações corriqueiras, como se calar diante da autoridade. Quem tem coragem de usar a razão? Quem tem vontade de superar a si mesmo? Quem usa a razão só para não ter problemas pessoais (uso privado da razão)? Quem usa a razão enfrentando o mundo para melhorá-lo (uso público da razão)? Os oficiais dizem: não questione, pague. Os religiosos dizem: não questione, creia. A televisão diz: não questione, assista, compre e seja. O político diz: não questione, vote. Entretanto, a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a crítica para seguir o seu caminho. Dessa maneira, a melhor escola é aquela que permite questionamentos mais profundos. Qual é a diferença do uso privado e do uso público da razão?O uso privado é um uso que não confere uma mudança substancial ao mundo, isto é, usa-se a razão para não encontrar problemas. O uso público da razão significa a emancipação e o questionamento da realidade.




Caderno do professor - vol 3- Filosofia - p.30 e 31

Racismo

Reflexão sobre o racismo
A condição do negro está ligada ao racismo e à miséria. Considerando a população brasileira em geral, pode-se afirmar que raros são os casos nos quais os negros superam condição de pobreza ou mesmo de miséria e recebem notoriedade social.
A miséria causada pelo racismo e pelas políticas de Estado pós-libertação dos escravos e a despreocupação das autoridades geraram um contingente de excluídos ou marginalizados, que são reconhecidos pela mesma cor de pele, cabelo, lábios e cultura de raízes africanas - os negros.
A falta do mínimo necessário para a vida gerou e gera duas orientações: a revolta e a acomodação. A revolta pode ser política, isto é, negros e negras se encontram para discutir o que lhes faz sofrer e cobrar das autoridades a igualdade. A acomodação pode ser entendida como uma alienação. Muitos negros e negras simplesmente aceitam o papel que as elites lhes impuseram durante séculos - a de que eram trabalhadores braçais em situação precária. Por outro lado, a alienação pode gerar a vitimização: o indivíduo se vê sempre perseguido e incapaz de agir, o que resulta em baixa autoestima. Em consequência, os negros valorizam outras culturas, como a da hegemonia branca europeia.
Para Sartre, o negro precisa encontrar a sua “negritude”, que é a maneira dialética, ou a negação da injustiça, causada pelo capitalismo. A condição negra de miséria, de humilhação e exclusão social, foi gerada pelo capitalismo, em processos de escravização de um povo sobre outro povo. Do ponto de vista cultural, diferentemente do proletário europeu, formado pelas fábricas, o negro teve um espaço para desenvolver sua cultura, que só podia ser uma cultura de resistência. Cada vez que um negro coloca uma roupa que expressa sua identidade, compõe uma música que fala de sua vida, não tenta moldar o seu corpo para ser igual aos outros, ele produz a “negritude”, a resistência cultural dentro do capitalismo racial e cristão. A negação do ato colonizador.
O capitalismo colocou o burguês e o trabalhador em oposição por meio de uma situação de exploração. Mas o capitalismo também colocou o branco europeu em oposição ao negro escravo e ao negro pós libertação, o que também resultou em formas de exploração. O capitalista oprime o trabalhador enquanto, em certa medida, o trabalhador branco oprime o negro. Por isso, o negro deve assumir a consciência de que sua raça é explorada por uma questão social de dominação do homem branco e não por sua natureza biológica.
Em Sartre, há uma diferença entre o trabalhador branco e o trabalhador negro. pois apesar de ambos sofrerem as dificuldades da pobreza, ele encontra a discriminação junto àqueles que também são pobres e oprimidos, e até os trabalhadores brancos discriminam o trabalhador negro.
O que é preciso fazer? É preciso que cada um tome consciência de sua condição; que o trabalhador tome consciência de sua exploração e perceba que os problemas advêm de sua posição no mundo capitalista; que o negro identifique sua condição de submetido pelo racismo. Sob a inspiração de Sartre, pode-se pensar que a consciência de que é submetido ao racismo deve favorecer ao entendimento por parte dos negros de que é preciso assumir-se como negro, sem negar origens africanas e história cultural, mas negando a condição de exclusão e inferioridade de que foram vítimas. Assim, o negro deve orgulhar-se de sua negritude, atribuindo significados positivos ao fato de ser negro.
Sartre inspira um pensamento de valorização do negro. Um olhar negro sobre o mundo. Uma compreensão de que o negro não pode ser conjugado como o mal.
A nossa cultura associa as palavras negro, negra e preto ou preta a ideias pejorativas. Por exemplo, o que significa as expressões”mercado negro”, “ “o lado negro”, “ magia negra”, “a coisa está preta”?
A ideia de negritude entendida como valorização do negro e crítica à visão negativa do mesmo impõe outra opção à ordem da cultura excludente. Sendo chamados de negros ou afrodescendentes, essas pessoas se encontraram pela negritude, que significa valorização do negro, da história dos povos africanos, da cultura negra e de uma nova visão sobre os negros, bem como sobre a importância de superação da exclusão social a que foram submetidos. A negritude seria o desenvolvimento da cultura negra após a colonização, assim, nela, estaria uma inversão em oposição ao sistema eurocêntrico capitalista e branco. A negritude revela o racismo.


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Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: filosofia, EM, 2ª S., V.3, pp.18-19)

Humilhação e velhice

Reflexão sobre humilhação e velhice
A humilhação é um sentimento de desigualdade. Para José Moura Gonçalves Filho, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a humilhação consiste em uma modalidade de angústia disparada pelo impacto traumático da desigualdade de classe, isto é, a angústia que se sofre quando alguém se depara com um abismo chamado desigualdade, o que corresponde à percepção de que, enquanto um está em posição superior; o outro se coloca, violentamente, em uma posição inferior.
A desigualdade experimentada do lado de fora é internalizada como sofrimento, ao qual  muitas pessoas já estão habituadas. Dessa maneira, além da humilhação crônica que atinge os pobres, como resultado das  desigualdade econômicas e políticas, experimenta-se uma espécie de angústia assumida pelo humilhado nas mais variadas manifestações de sua existência.
Mas quando uma pessoa é humilhada? Quando se mostra a ela uma diferença que a põe em situação de inferioridade. Por exemplo, quando um chefe grita com o funcionário, quando um adulto ou jovem ignora ou maltrata um idoso, quando uma mulher é agredida pelo marido, quando uma pessoa mais forte ameaça outra menos forte. Enfim, existe em nossa sociedade uma hierarquia constante que leva o humilhado a sentimentos que o agridem, como susto, medo, pavor, tristeza, ódio, culpa, solidão, os quais, muitas vezes, são interiorizados pelas pessoas.
Na sociedade, todos são, em alguma medida, humilhados, mas, no caso das pessoas mais pobres, isso pode ser constante e ocorrer da infância à velhice. A humilhação contínua vai se acumulando e moldando as pessoas, levando-as a ter uma baixa autoestima, e tornando-as menos sensíveis, menos solidárias e até  mesmo violentas.

SOBRE A VELHICE

A escritora Simone de Beauvoir procurou refletir sobre a exclusão dos idosos em sua sociedade, mas do ponto de vista de quem sabia que iria se tornar um deles, como quem pensava o próprio destino. Para ela, um dos problemas da sociedade está no fato de que cada indivíduo percebe as outras pessoas como meio para a realização de suas necessidades: proteção, riqueza, prazer, dominação. Desta forma, nos relacionamos com outras pessoas priorizando nossos desejos, pouco compreendendo e valorizando suas necessidades.
Esse processo aparece com nitidez em nossa relação com os idosos. Em seu livro, a pensadora demonstra que há uma duplicidade nas relações que os mais jovens têm com os idosos, uma vez que, na maioria das vezes, mesmo sendo respeitado por sua condição de pai ou mãe, trata-se o idoso como uma espécie de ser inferior, tirando dele suas responsabilidades ou encarando-o como culpado por sobrecarga de compromissos que imputa a filhos ou netos.
Mesmo em situações de proteção, pode-se ter processos de humilhação quando, sem a devida atenção sobre as reais condições que apresentam os idosos para resolver com autonomia seus problemas, os mais jovens passam a subestimar os mais velhos, assumindo tarefas em seu lugar.
Quando não se respeita uma pessoa em sua integridade emocional, intelectual e material, ela é excluída da sociedade pelos governos, pelas instituições, pelas famílias, pelas pessoas em geral. Os grupos mais excluídos por essas práticas são as crianças e os idosos.
Em vários lugares, como bancos e supermercados, há caixas preferenciais para idosos, mas, mesmo que elas sejam suficientes para garantir seu conforto, será que suas condições sociais também o são? Há, também, a gratuidade no transporte coletivo, mas quem viaja de ônibus sabe que às vezes suas condições não são adequadas para transportar quem tem um corpo frágil.
Além do desamparo quanto ás condições materiais, a desconsideração para com opiniões e emoções dos idosos também deve ser analisada para a superação das condições de humilhação sofrida por eles em nossa sociedade.
No texto “A velhice”, Simone de Beauvoir escreveu que o idoso é uma espécie de objeto incômodo, inútil, e quase tudo que se deseja é poder tratá-lo como quantia desprezível.


Leia mais: http://www.filosofia-em-destaque.com.br/news/reflex%C3%A3o-sobre-humilha%C3%A7%C3%A3o-e-velhice/

DIREITOS HUMANOS

Os direitos humanos são em sua essência, direitos que temos pelo simples fato de existir. Durante a história da humanidade esses direitos ...