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sábado, 7 de setembro de 2013

Educação e Emancipação

Kant em resposta à pergunta: O que é ilustração?
Segundo o qual um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, minoridade é viver sem a independência que vem do uso da racionalidade. O que impede o homem de assumir a sua maioridade é a preguiça e a covardia. Preguiça de ler, de aprender, de pesquisar, de ouvir e de se cansar em busca de uma maneira melhor de viver. Covardia em não enfrentar os problemas, os erros, as decepções, conduzindo à preferência de se manter como uma espécie de criança imatura. Para tudo se necessita de outro dizendo o que se deve ser e fazer. Para quem perguntamos as coisas fundamentais da vida? Quem é o guia? Algum familiar, como o pai ou a mãe? O professor, o pastor, o padre, o político, o livro, o filme? A minoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, se tornar geradora de cidadania. O sinal de que isso está acontecendo é o uso público da razão. Isso significa assumir posições refletidas, o que é diferente do uso privado da razão, que é responder racionalmente a situações corriqueiras, como se calar diante da autoridade. Quem tem coragem de usar a razão? Quem tem vontade de superar a si mesmo? Quem usa a razão só para não ter problemas pessoais (uso privado da razão)? Quem usa a razão enfrentando o mundo para melhorá-lo (uso público da razão)? Os oficiais dizem: não questione, pague. Os religiosos dizem: não questione, creia. A televisão diz: não questione, assista, compre e seja. O político diz: não questione, vote. Entretanto, a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a crítica para seguir o seu caminho. Dessa maneira, a melhor escola é aquela que permite questionamentos mais profundos. Qual é a diferença do uso privado e do uso público da razão?O uso privado é um uso que não confere uma mudança substancial ao mundo, isto é, usa-se a razão para não encontrar problemas. O uso público da razão significa a emancipação e o questionamento da realidade.




Caderno do professor - vol 3- Filosofia - p.30 e 31

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