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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

FILOSOFIA E GÊNERO


A DIFERENÇA ENTRE HOMENS E MULHERES.
                                             A mulher não nasce mulher, torna-se mulher.
Segundo a filosofa Simone de Beauvoir a sociedade conceitua homens e mulheres e estabelece papeis, em que a mulher sempre é tratada de forma preconceituosa. A pensadora defende a tese de que o gênero sexual deve ser encarado como uma questão de conhecimento, portanto, epistemológico e filosófico. As diferenças biológicas não devem ser entendidas como justificativas de divisão social, é preciso que prevaleça a igualdade de gênero. A condição da mulher é uma escolha dos homens apoiada pela submissão das mulheres. Para a libertação das mulheres, elas devem assumir a responsabilidade de mudar a situação de submissão, pois são seres livres, e só ficarão submetidas ao preconceito social por escolha própria.
A única libertação possível das mulheres virá da política, isto é, da união das próprias mulheres. Elas precisam se encontrar, reconhecer seus problemas, partilhar idéias, o que quer dizer que precisam lutar juntas. Não há como ser diferente, pois não se pode esperar que todos os homens abram mão dos seus privilégios pelas mulheres. Para essa filosofa, não se trata de colocar as mulheres contra os homens, mas de coloca-las contra o machismo e contra as situações de opressão.
Para a filosofa Judith Butler é a sociedade que define as identidades do homem e da mulher. O corpo físico é só o espaço em que a sociedade define a sua divisão de trabalho. Homens fazem isto, mulheres aquilo. Em outras palavras, ninguém nasce homem ou mulher, sendo a sociedade a responsável por ensinar as crianças a ser homens e mulheres.
Se um bebê nascer no Brasil, mas for criado no Japão por uma família japonesa, como ele verá o mundo? Como brasileiro ou como japonês? E quando estiver com fome, vai desejar comer que tipo de comida, japonesa ou brasileira? Assim acontece com o gênero: ao nascer, ou durante os exames pré-natais, determina-se o gênero da criança segundo o sexo biológico. Ou seja, como para o senso comum, sexo é igual a gênero, isso determinará o tipo de roupas e brinquedos que a criança vai receber até formar valores que vão sendo destinados a ela. Entretanto, se considerarmos que sexo e gênero são coisas diferentes, a determinação de gênero depende, histórica e socialmente, da cultura social. Será que existe uma determinada genética que afirme que as meninas deverão lavar louça enquanto os irmãos podem jogar bola? Ou que as mulheres não deveriam ocupar cargos de chefia? Quando se divide o mundo em dois gêneros, afirma-se o binarismo do sexo. Ou o individuo se encaixa em um gênero sexual, ou em outro.
A história tem demonstrado que as funções de homens e mulheres têm mudado com o tempo. Elas não são naturais, não há uma essência feminina ou masculina. Tudo isso é um posicionamento para controlar a vida das pessoas. Os meninos têm de ser sempre fortes; e as meninas, sensíveis. Mas, para Butler, meninos e meninas são criações artificiais, e aqueles que conseguem entrar no padrão acabam sendo bem-sucedidos, excluindo-se os demais. Esses encaixes beneficiam principalmente os homens.
“Mulher, desperta! A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira. “

GOUGES, Olympe de. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. 
Para Olympe de Gouges, o homem era escravo das superstições que o faziam se re­baixar diante do fanatismo e do rei. Com a Revolução Francesa, ele teria conquistado sua liberdade, mas acabou sendo injusto com a sua companheira.



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